terça-feira, 7 de agosto de 2012

Terreiro Matamba Tombeci Neto reabrirá neste sábado, dia 11 de agosto.

 
Ilhéus, 06 de Agosto de 2012

TERREIRO MATAMBA REALIZA INAUGURAÇÃO NESTE SÁBADO(11) DE AGOSTO!
Depois de quase um ano em reforma o terreiro de matamba tombenci neto reabrirá suas portas neste sábado dia (11) de Agosto a partir das 20:00hs na Av. Brasil,485 no Alto da Conquista com uma grande festa para os Orixás.
A festa está sendo preparada pelos membros do próprio terreiro com uma programação bastante festiva que inclui o descerramento de uma placa comemorativa, lançamento de um vídeo sobre Mãe Hilsa Mukalê, uma exposição fotográfica “Olhar Achado no Tempo”, além de um toque em ritmo de festa para todos os Nkissis (orixás).Na ocasião também estaremos homenageando o grande escrito Jorge Amado. O terreiro Matamba Tombenci Neto é um dos mais antigos e tradicionais terreiros de Candomblé da Bahia, tendo sido fundado em 1885 e sendo hoje comandado por Mãe Hilsa Mukalê.

Visite o blog do Terreiro de Matamba Tombenci Neto
www.matambatombencineto.blogspot.com


Fonte: facebook/gilmariosantos

NA TERRA DE SÃO BARTOLOMEU, UMA HOMENAGEM AOS MEMEUS.



A culpa de tudo isso, se culpa houve, foi de Bartolomeu Gato, nos primeiros tempos de Maragojipe, quando nem cidade era ainda. Contou ele com a colaboração de seu irmão, Manuel Coelho Gato, o primeiro vigário da terra.

São Bartolomeu
Assim, São Gonçalo foi preterido por SÃO BARTOLOMEU. Falam da devoção do colonizador, forte era a fé de seus pais a ponto de se lhe darem o nome do santo da pele esfolada. Com a lenda da visão que o escravo vira, aumentaram as chances para mudança do patronato. Destarte, Maragojipe passou a ser a terra de São Bartolomeu.

São Gonçalo
A partir de então, a pia batismal ouviu milhares de nomes de crianças semelhantes ao padroeiro e uma infinidade de Maria Bartolomeu, Antonia Bartolomeu e até Bartoloméa. Os ‘Bartolomeus’ multiplicavam-se e, no interior dos lares ou na fuzarca das ruas e dos bares, passaram a ser Memeus, e até Memeuzinhos.

- Ô, de casa! Memeu está?
- Pois, não. Bartolomeu sou eu!

Em cada canto da cidade, um novo homônimo. O exército do Apóstolo Benigno se ampliou tanto, que em pouco tempo loteou todo feudo de Bartolomeu. Tudo isso orgulha aos maragojipanos, ciosos de sua fé. É Bartolomeu que não acaba mais, embora hoje a demanda seja pouca pela preferência de nomes vulgares de galãs de telenovelas, modismo sem substância.

Bom mesmo é ser BARTOLOMEU, o mesmo nome do mártir e apóstolo querido do Mestre! Bartolomeu identifica a maragojipanidade de quem tem este nome. É inevitável. Chama-se Bartolomeu, pode ter certeza: é filho de Maragojipe ou à terra está preso por afeto, crença ou desmedido amor!

Depois de Bartolomeu Gato vieram muitos: Bartolomeu Borba, Bartolomeu Camarão, Bartolomeu Brito, Bartolomeu Paranhos, Bartolomeu Barbosa, Bartolomeu Teixeira, Bartolomeu Almeida, Bartolomeu Rebouças, Bartolomeu Souza Santos, Bartolomeu Carvalho, Bartolomeu Malaquias, Bartolomeu Mendes, Bartolomeu Jaques, Bartolomeu Guedes... e Memeu Fraga, Memeu do Açougue, Memeu de Lula, Memeu de Ana, Memeu Barbudo, Memeu de Chica, Memeu até umas horas... e Memeuzinho, e Meu, Bartola, Bart, enfim, todos com a marca registrada do Santo, a grife da fé, a tatuagem da alma, a força da religiosidade para todo o sempre. Assim seja!

Texto adaptado por Ronaldo Souza Filho da obra original do seu saudoso pai, Ronaldo Souza.


Leiam tambem o artigo da Fernanda Reis dos Santos, apresentado durante do XI ANPUH