quarta-feira, 9 de março de 2011

Elói Ferreira de Araújo é nomeado Presidente da Fundação Cultural Palmares

Elói Ferreira, Presidente da Palmares
Finalmente sai no Diário Oficial da União a nomeação do Presidente da Fundação Cultural Palmares no governo Dilma. A nomeação foi publicada no último dia 2 de março, confirmando a expectativa de setores do Movimento Negro que estavam torcendo pela indicação.
Elói Ferreira de Araújo foi ministro da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), em substituição ao então ministro Edson Santos, que se licenciou para disputar reeleição como Deputado Federal pelo estado do Rio de Janeiro.
A marca de Elói Ferreira de Araújo, enquanto esteve na SEPPIR, foi a ousada aprovação do Estatuto da Igualdade Racial, que dividiu opiniões no Movimento Negro, naquele momento, mas que hoje pode-se sentir uma grande movimentação para que o Estatuto seja regulamentado no governo Dilma. E Elói se comprometeu com o Movimento Negro que irá se empenhar em dialogar com o parlamento e com o executivo para que temas que ficaram de fora sejam regulamentados, como as cotas nas universidades, a questão das terras quilombolas entre outros.
A expectativa, com Elói Ferreira à frente da Palmares, é que o mesmo consiga dar melhor atenção e celeridade aos processos de Certificação das Comunidades Quilombolas, aos processos de licenciamentos e Consultas Públicas aos Quilombos, como Pitanga de Palmares, na Bahia, onde o governo pretende construir uma ferrovia passando pelo meio do quilombo, o que poderá causar transtornos à comunidade, e consiga ampliar os editais da Palmares para acesso das Comunidades de Terreiro, para as Associações Quilombolas e os Grupos Culturais voltados para a Cultura Africana.
A única certeza que se tem é, que com o perfil de Elói Ferreira na Palmares, a fundação tende a ficar mais próxima dos movimentos sociais e da comunidade negra como um todo.
Boa sorte ao novo Presidente da Fundação Cultural Palmares, Elói Ferreira.

Por Roque Peixoto

terça-feira, 8 de março de 2011

AVISO DA LUA QUE MENSTRUA: Homenagem ao 8 de Março.

Composição: Elisa Lucinda
Moço, cuidado com ela!
Há que se ter cautela com esta gente que menstrua...
Imagine uma cachoeira às avessas:
Cada ato que faz, o corpo confessa.
Cuidado, moço
Às vezes parece erva, parece hera
Cuidado com essa gente que gera
Essa gente que se metamorfoseia
Metade legível, metade sereia.
Barriga cresce, explode humanidades
E ainda volta pro lugar que é o mesmo lugar
Mas é outro lugar, aí é que está:
Cada palavra dita, antes de dizer, homem, reflita..
Sua boca maldita não sabe que cada palavra é ingrediente
Que vai cair no mesmo planeta panela.
Cuidado com cada letra que manda pra ela!
Tá acostumada a viver por dentro,
Transforma fato em elemento
A tudo refoga, ferve, frita
Ainda sangra tudo no próximo mês.
Cuidado moço, quando cê pensa que escapou
É que chegou a sua vez!
Porque sou muito sua amiga
É que tô falando na "vera"
Conheço cada uma, além de ser uma delas.
Você que saiu da fresta dela
Delicada força quando voltar a ela.
Não vá sem ser convidado
Ou sem os devidos cortejos..
Às vezes pela ponte de um beijo
Já se alcança a "cidade secreta"
A atlântida perdida.
Outras vezes várias metidas e mais se afasta dela.
Cuidado, moço, por você ter uma cobra entre as pernas
Cai na condição de ser displicente
Diante da própria serpente
Ela é uma cobra de avental
Não despreze a meditação doméstica
É da poeira do cotidiano
Que a mulher extrai filosofando
Cozinhando, costurando e você chega com mão no bolso
Julgando a arte do almoço: eca!...
Você que não sabe onde está sua cueca?
Ah, meu cão desejado
Tão preocupado em rosnar, ladrar e latir
Então esquece de morder devagar
Esquece de saber curtir, dividir.
E aí quando quer agredir
Chama de vaca e galinha.
São duas dignas vizinhas do mundo daqui!
O que você tem pra falar de vaca?
O que você tem eu vou dizer e não se queixe:
Vaca é sua mãe. de leite.
Vaca e galinha...
Ora, não ofende. enaltece, elogia:
Comparando rainha com rainha
Óvulo, ovo e leite
Pensando que está agredindo
Que tá falando palavrão imundo.
Tá, não, homem.
Tá citando o princípio do mundo!