Contingente africano vai facilitar a retirada da Missão de Assistência Técnica e Militar de Angola na Guiné-Bissau.
Da Redação, com Panapress
Abidjan - Os dirigentes oeste-africanos reunidos durante uma cimeira extraordinária em Abidjan, na Costa do Marfim, decidiram o "desdobramento imediato" de um contingente da força em alerta da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) na Guiné-Bissau, onde soldados tomaram o poder a 12 de abril, antes de criarem um Conselho Nacional de Transição.Um contingente de soldados da Costa do Marfim, do Burkina Faso, da Nigéria, do Senegal e do Togo vai facilitar a retirada da Missão de Assistência Técnica e Militar de Angola na Guiné-Bissau (MISSANG), ajudar a proteger o processo de transição e efetuar o trabalho preparatório para a aplicação imediata do roteiro para o Programa de Reforma do Setor da Defesa e Segurança.Segundo um comunicado divulgado no termo desta reunião e transmitido à agência Panapress, os dirigentes ameaçaram impor "sanções" aos membros do Comando Militar e aos seus parceiros, bem como sanções diplomáticas, económicas e financeiras contra a Guiné-Bissau, se eles recusarem ceder a todas as exigências do bloco regional dentro de 72 horas.Estas exigências consistem na libertação imediata e sem condição do primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, do Presidente interino, Raimundo Pereira, e de outras pessoas detidas ilegalmente pela junta.
Os dirigentes oeste-africanos pediram igualmente a restauração imediata da ordem constitucional para permitir o prosseguimento do processo eleitoral, suspenso pelo golpe de Estado.
"A Autoridade convida todas as partes interessadas a facilitar os esforços de mediação da CEDEAO para concordar sobre as modalidades duma transição consensual através da realização de eleições dentro de doze meses, tomando em conta o compromisso escrito de 16 de abril de 2012 do Comando Militar de aceitar o restabelecimento da ordem constitucional, com base nas modalidades a serem elaboradas com a ajuda da CEDEAO", segundo o comunicado.
Os chefes de Estado da CEDEAO reiteraram a sua denúncia do acordo de 17 de abril de 2012 que estabelece o Conselho Nacional de Transição e reafirmou que a CEDEAO nunca reconhecerá um acordo de transição inconstitucional.
Eles criaram um grupo regional de contacto e de seguimento sobre a Guiné-Bissau, que será presidido pela Nigéria e integrará o Benin, Cabo Verde, a Gâmbia, a Guiné, o Senegal e o Togo, para coordenar o seguimento da aplicação das decisões da cimeira.
A cimeira decorreu na presença de 10 Presidentes - Alassane Ouattara da Costa do Marfim (Presidente da CEDEAO); Thomas Boni Yayi do Benin; Blaise Compaoré do Burkina Faso; Jorge Carlos Fonseca de Cabo Verde; Yahya Jammeh da Gâmbia; Alpha Conde da Guiné; Dioncounda Traoré do Mali; Goodluck Jonathan da Nigéria; Macky Sall do Senegal e Faure Gnassingbe do Togo.
Estiveram igualmente presentes o primeiro-ministro do Níger, Brigi Rafini, e os ministros dos Negócios Estrangeiros do Gana, Mohamed Mumuni, da Libéria, Augustine Kpehe Nganfuan, e da Serra Leoa, Joseph Dauda.
Representantes da Argélia, da Mauritânia, de França, dos Estados Unidos, da União Africana (UA), da União Económica e Monetária Oeste-Africana (UEMOA), das Nações Unidas e da União Europeia (UE) participaram igualmente nesta reunião de um dia.
Fonte:
Africa21 Digital