sábado, 28 de abril de 2012

Brasil e Mauritânia firmam cinco acordos de cooperação técnica

Nos acordos, o Brasil se compromete a cooperar tecnicamente nas áreas de agricultura e aquicultura. Foi criada a Comissão Mista Brasil-Mauritânia.
Da Redação, com agência
Nouakchott – Na última etapa da visita à África, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, assinou nesta quinta-feira (26) cinco acordos com o chanceler da Mauritânia, Hamadi Ould Hamadi. Foi a primeira visita de um ministro brasileiro à região.

Nos acordos, o Brasil se compromete a cooperar tecnicamente nas áreas de agricultura e aquicultura. Foi criada a Comissão Mista Brasil-Mauritânia e suspensa a obrigatoriedade de vistos diplomáticos, oficiais e para atividades profissionais.

Antes da Mauritânia, Patriota foi à Tunísia e à Etiópia. Na conversa com o chanceler Hamadi, Patriota recebeu informações sobre a intenção de fortalecer o bloco regional denominado Magreb (Marrocos, Sahara Ocidental, Argélia, Tunísia, Mauritânia e a Líbia), a exemplo do que ocorre com o Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai).

Para Hamadi, é possível incrementar o comércio e as oportunidades de investimento nas duas regiões. Ontem (25), Patriota ouviu afirmação semelhante do ministro dos Negócios Estrangeiros da Tunísia, Rafik Abdessalem. A ambos, o chanceler brasileiro reiterou o desejo do Brasil de ampliar as parcerias nas áreas de defesa e educação envolvendo países da África.

Na véspera da chegada de Patriota à Mauritânia ontem, o Ministério das Relações Exteriores informou que o governo brasileiro comunicou ao Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), em Genebra, na Suíça, a decisão de doar US$ 300 mil à Mauritânia.

De acordo com as autoridades brasileiras, a ideia é utilizar esses recursos para apoiar os refugiados do Mali que estão na Mauritânia. Desde fevereiro último, cerca de 60 mil cidadãos do Mali buscam refúgio em território mauritano. A contribuição brasileira cobrirá parte dos custos de aquisição e instalação de novas barracas para abrigo de refugiados. O Mali vive período de instabilidade política. As informações são da ABr.

Fonte: África 21 Dgital

CEDEAO envia tropas à Guiné-Bissau

 Contingente africano vai facilitar a retirada da Missão de Assistência Técnica e Militar de Angola na Guiné-Bissau.
Da Redação, com Panapress
Abidjan - Os dirigentes oeste-africanos reunidos durante uma cimeira extraordinária em Abidjan, na Costa do Marfim, decidiram o "desdobramento imediato" de um contingente da força em alerta da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) na Guiné-Bissau, onde soldados tomaram o poder a 12 de abril, antes de criarem um Conselho Nacional de Transição.

Um contingente de soldados da Costa do Marfim, do Burkina Faso, da Nigéria, do Senegal e do Togo vai facilitar a retirada da Missão de Assistência Técnica e Militar de Angola na Guiné-Bissau (MISSANG), ajudar a proteger o processo de transição e efetuar o trabalho preparatório para a aplicação imediata do roteiro para o Programa de Reforma do Setor da Defesa e Segurança.

Segundo um comunicado divulgado no termo desta reunião e transmitido à agência Panapress, os dirigentes ameaçaram impor "sanções" aos membros do Comando Militar e aos seus parceiros, bem como sanções diplomáticas, económicas e financeiras contra a Guiné-Bissau, se eles recusarem ceder a todas as exigências do bloco regional dentro de 72 horas.

Estas exigências consistem na libertação imediata e sem condição do primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, do Presidente interino, Raimundo Pereira, e de outras pessoas detidas ilegalmente pela junta.

Os dirigentes oeste-africanos pediram igualmente a restauração imediata da ordem constitucional para permitir o prosseguimento do processo eleitoral, suspenso pelo golpe de Estado.

"A Autoridade convida todas as partes interessadas a facilitar os esforços de mediação da CEDEAO para concordar sobre as modalidades duma transição consensual através da realização de eleições dentro de doze meses, tomando em conta o compromisso escrito de 16 de abril de 2012 do Comando Militar de aceitar o restabelecimento da ordem constitucional, com base nas modalidades a serem elaboradas com a ajuda da CEDEAO", segundo o comunicado.

Os chefes de Estado da CEDEAO reiteraram a sua denúncia do acordo de 17 de abril de 2012 que estabelece o Conselho Nacional de Transição e reafirmou que a CEDEAO nunca reconhecerá um acordo de transição inconstitucional.

Eles criaram um grupo regional de contacto e de seguimento sobre a Guiné-Bissau, que será presidido pela Nigéria e integrará o Benin, Cabo Verde, a Gâmbia, a Guiné, o Senegal e o Togo, para coordenar o seguimento da aplicação das decisões da cimeira.

A cimeira decorreu na presença de 10 Presidentes - Alassane Ouattara da Costa do Marfim (Presidente da CEDEAO); Thomas Boni Yayi do Benin; Blaise Compaoré do Burkina Faso; Jorge Carlos Fonseca de Cabo Verde; Yahya Jammeh da Gâmbia; Alpha Conde da Guiné; Dioncounda Traoré do Mali; Goodluck Jonathan da Nigéria; Macky Sall do Senegal e Faure Gnassingbe do Togo.

Estiveram igualmente presentes o primeiro-ministro do Níger, Brigi Rafini, e os ministros dos Negócios Estrangeiros do Gana, Mohamed Mumuni, da Libéria, Augustine Kpehe Nganfuan, e da Serra Leoa, Joseph Dauda.

Representantes da Argélia, da Mauritânia, de França, dos Estados Unidos, da União Africana (UA), da União Económica e Monetária Oeste-Africana (UEMOA), das Nações Unidas e da União Europeia (UE) participaram igualmente nesta reunião de um dia.

Fonte: Africa21 Digital