quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Por que a direita odeia o Foro de São Paulo?

http://www.operamundi.com.br/media/images/foro.pngEncontro constituiu-se em ferramenta fundamental para gestar a cultura política que facilitou o ciclo de vitórias progressistas
A realização do XIX Encontro do Foro de São Paulo, nesta última semana de julho, está provocando urticárias entre as fileiras de direita. Apesar do relativo silêncio da velha mídia, grupos de distintos naipes agitam a blogosfera contra o evento. Não faltam sequer ameaças de violência e terror.

Desde filósofos de bordel, como Olavo de Carvalho e seus cupinchas, a refinados intelectuais do tucanato, passando por vira-casacas da estirpe de Roberto Freire e Alberto Goldman, há um coro conservador contra a entidade fundada em 1990.
De tradicionais filiados a cristãos-novos do reacionarismo, forma-se frente contra uma esquerda que teve o desplante de se reconstruir e forjar alternativas de poder por toda a América Latina. Um cenário aparentemente inacreditável na origem do Foro.

No final dos anos 1980, com o colapso do socialismo no leste europeu, as ideias e partidos progressistas pareciam ter seus dias contados. Os porta-vozes do pensamento liberal vaticinavam o fim da história, com a vitória definitiva do mercado e do capital. A situação no subcontinente era bastante precária para a esquerda: à exceção de Cuba, a região estava dominada por governos subordinados aos Estados Unidos e sua cartilha.

Tão forte era a pressão que muitos dirigentes e agremiações de origem marxista, por todo o mundo, passavam de armas e bagagens para o outro lado. O poderoso Partido Comunista Italiano, por exemplo, já estava a caminho do desaparecimento, para dar lugar a uma legenda amorfa, disposta a ser linha-auxiliar das correntes neoliberais. O mesmo se passava em outros países, incluindo o Brasil, onde o PCB transitava para o controle de um grupo revisionista que viria a transformá-lo, sob a sigla PPS, em apêndice do bloco de direita.
Ao Partido dos Trabalhadores coube, então, papel decisivo. Com dez anos de vida, pouco afetado pela crise do sistema soviético e robustecido pelas lutas populares que desaguariam na formidável campanha de Lula para presidente, em 1989, o PT reunia as credenciais para se converter na principal força contra a dispersão e o desânimo que se abatiam sobre a esquerda.
Talvez a característica da identidade petista que mais contribuía para esta função unificadora fosse sua pluralidade e as formas criativas de lidar com a diferença sem fazer, de divergências, rupturas. Ao reunir, em seu interior, distintas famílias políticas e ideológicas da genealogia progressista, a agremiação brasileira apresentava vocação e tarimba para construir pontes continentais.
Nascimento do Foro

Alguns meses após a queda do Muro de Berlim, nascia o Foro de São Paulo, a partir da articulação nuclear do PT com o PC cubano. O modelo de organização era simples, formatado como espaço permanente de debates e ação unitária, sem disciplina centralizada e com a adesão de múltiplos partidos por cada país.

Apesar de abrigar diferentes estratégias, a existência do Foro garantiu à esquerda a existência de um fator centrípeto, além da construção de variados mecanismos de colaboração e solidariedade. Ao longo do tempo, constituiu-se em ferramenta fundamental para gestar a cultura política que facilitou o ciclo de vitórias no alvorecer do novo século, baseada na fusão entre mobilização popular e participação institucional, entre reformas e perspectiva socialista, entre democracia e revolução, entre alianças e hegemonia.

Passados mais de vinte anos, o Foro de São Paulo pode se orgulhar de ter colocado uma pá de cal na cova do fim da história. Ao contrário do que ocorria na época de sua criação, a maioria das mais importantes nações latino-americanas atualmente é dirigida por partidos integrantes da entidade. Mais que isso: os temas centrais de sua agenda comum estão determinados pelos desafios da integração e do erguimento de novas instituições que colaborem para o desenvolvimento autônomo e sustentável da zona em que atua.

A direita tem boas razões para destilar sua baba raivosa. Cheia de soberba, ao final da Guerra Fria, desdenhava e desqualificava como fora de moda qualquer iniciativa que se contrapusesse à pós-modernidade capitalista. Depois de duas décadas, além de seu natural ódio de classe, rumina em suas entranhas a frustração perante a renascença de uma esquerda popular e protagonista.

* Breno Altman é jornalista, diretor editorial do site Opera Mundi e da revista Samuel

terça-feira, 30 de julho de 2013

CONEN Bahia realiza Agosto Negro - Ano V

Por Roque Peixoto
 
Há alguns anos o Movimento Negro no Brasil vem realizando atividades no mês de agosto. Essas iniciativas compõem o “Agosto Negro”, inspirado no levante político de agosto de 1963 em defesa dos direitos civis do povo negro nos Estados Unidos quando Martin Luther King, Bayard Rustin e Phillip Randolph, entre outras lideranças, convocaram a Marcha sobre Washington levando mais de 250 mil pessoas às ruas da capital dos EUA, tendo como principais pautas a integração racial, direito à moradia digna, pleno emprego para o povo negro, direito ao voto e educação integrada.
Neste ano, a Coordenação Nacional de Entidades Negras, CONEN, realizará o ciclo de atividades “AGOSTO NEGRO DA CONEN – ANO V”, com excursão à cidade de Cachoeira para os festejos da Irmandade da Boa Morte, Café Falante da Juventude da CONEN, seminários dentre outras atividades. O Agosto Negro da CONEN também faz referências à Revolta dos, que aconteceu em Agosto de 1798, inspirado na Revolução Francesa e os princípios de liberdade, igualdade e fraternidade, reivindicando a republica e à memória da luta das mulheres negras da Irmandade da Boa Morte, que alforriou e libertou milhares de homens e mulheres negras no Recôncavo Baiano. Acompanhe a programação do Agosto Negro da CONEN – Ano V e participe.

 
PROGRAMAÇÃO

DIA 03/08/13 às 14h00min
·         Seminário: “O Recôncavo, a Cidade de Cachoeira e a Irmandade da Boa Morte: Referências Históricas Negras”.
·         Local: Associação dos Funcionários Públicos do Estado da Bahia - AFPEB, Rua Carlos Gomes, nº 95, Centro.

Dia 10/08/13 às 08h00min
·         “Ìpadé das Pretas/Roda de Conversa”.
·         Local: Forte de Santo Antônio Além do Carmo/ Forte da Capoeira, Largo de Santo Antônio, Próximo a Igreja de Santo Antônio.

Dia 12/08/13 às 13h00min
·         “Aula Pública e Ato Homenagem  Revolta Dos Búzios”
·         Local: Praça da Piedade

Dia 15/08/13
·         “Excursão Histórico-Cultural Recôncavo/Cachoeira /Festa Da Boa Morte”
·         Saída: 06h00min – Campo Grande
·         Reservas: grnleal@gmail.com/jussarasantana2000@yahoo.com.br

 Dia 16/08/13 às 18h00min
·         “Caruru Agosto Negro da Associação cultural Marcus Garvey”.
·         Local: Rua Iolanda nº 17, Final de Linha do  São Caetano.

Dia 18/08/13 às 08h00min
·         “Papo Cabeça Negra no Quilombo”
·         Local: Quilombo Pitanga dos Palmares, Km 12 da Rodovia BA-093, após o pedágio, Simões Filho.

Dia 25/08/13 às 10h00min
·         “Seminário Marcus Garvey e as Raízes do Panafricanismo”
·         Local: Associação Cultural Marcus Garvey Rua Iolanda nº 17, Final de Linha do  São Caetano.

Dia 31/08/13 às 08h00min
·         “Café Falante Juventude da CONEN – Construção Social e Histórica da População Negra na Sociedade Brasileira”.                                                                                              
·         Local: Forte de Santo Antônio Além do Carmo/ Forte da Capoeira, Largo de Santo Antônio, Próximo a Igreja de Santo Antônio.

Dia 31/08/13 às 18h00min
·         “Show Agosto Negro: Consciência Negra é Preciso - Associação Aspiral do Reggae”.
·         Local: Praça Tereza Batista, Pelourinho.