A PARTICIPAÇÃO NEGRA TRAÍDA NA EDIFICAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA DA BAHIA
“SE OS TIRANOS ERAM OS PORTUGUESES, O QUE DIZER DAS ELITES, QUE MANTIVERAM A ESCRAVIDÃO E TRAÍRAM OS NEGROS E NEGRAS QUE LUTARAM”
NO 2 DE JULHO DE 1823, AS ELITES NA BAHIA BATERAM NO PEITO ORGULHOSA DE TEREM COMPLETADO A OBRA DA INDEPENDÊNCIA ENALTECENDO DIVERSOS HERÓIS E HEROÍNAS QUE ENTRARAM PARA HISTÓRIA A EXEMPLO DE JOAQUIM JOSÉ DE LIMA E SILVA, JOANA ANGÉLICA, GENERAL PEDRO LABATUT, JOÃO DAS BOTAS, THOMÁS COCHRANE, MARIA QUITÉRIA, DENTRE OUTROS, ENTRETANTO QUASE NADA ABORDA A HISTORIOGRAFIA BRASILEIRA SOBRE OS MILHARES DE NEGROS E NEGRAS ANÔNIMAS QUE PARTICIPARAM DAS DIVERSAS BATALHAS.
DIZ O HINO AO 2 DE JULHO: “COM TIRANOS NÃO COMBINAM BRASILEIROS CORAÇÕES”, ENTRETANTO, COMO ENTENDER QUE OS PRINCIPAIS PATROCINADORES DAQUELA LUTA, APÓS A GLORIOSA VITÓRIA COMEMORARAM O FEITO RESTABELECENDO SEUS PRIVILÉGIOS DE TAMBÉM TIRANOS BENEFICIÁRIOS DO SISTEMA ESCRAVISTA, ONDE IMPEROU A TRAIÇÃO AOS QUE LUTARAM, EM ESPECIAL AS NEGRAS PARTICIPANTES AOS NEGROS QUE COMPUSERAM VOLUNTARIAMENTE OU INVOLUNTARIAMENTE A MAIORIA DOS BATALHÕES DO EXÉRCITO PATRIÓTICO SOB PROMESSAS DE ALFORRIAS E TERRAS, O QUE NÃO SE CONCRETIZOU.
BRASIL INDEPENDENTE, PORÉM A ESCRAVIDÃO E PERSEGUIÇÃO CONTINUARAM, A INDEPENDÊNCIA CHEGOU PARA OS COMERCIANTES RICOS DA CAPITAL E AS ELITES DO RECÔNCAVO, ATÉ OS PORTUGUESES RESIDENTES NO BRASIL QUE ADERIRAM À CAUSA LIBERTADORA FORAM ENQUADRADOS COMO CIDADÃOS E CIDADÃS BRASILEIRAS.
“O SOL DO 2 DE JULHO BRILHOU MAIS QUE NO PRIMEIRO”, PARA QUEM ?
“O SOL DO 2 DE JULHO BRILHOU MAIS QUE NO PRIMEIRO”, PARA QUEM ?
SEM DÚVIDA OS IDEAIS DE LIBERDADE DA PARTICIPAÇÃO NEGRA, NÃO COMBINAVAM COM OS TIRANOS PORTUGUESES, ENTRETANTO CONSTATOU-SE PELAS TRAIÇÕES NO PÓS 2 DE JULHO DE 1823, QUE TAMBÉM NÃO COMBINAVAM COM OS TIRANOS PATRIOTAS PATROCINADORES DA RESISTÊNCIA BRASILEIRA.
A TRAJETÓRIA DE RESISTÊNCIA E LUTA DA POPULAÇÃO NEGRA NO BRASIL CONTRA AS INJUSTIÇAS E ASSASSINATOS DESDE SEUS PRIMÓRDIOS, NOS TRAZ UM LEGADO DE PROTAGONISMOS QUE SE TORNA INEGÁVEL AFIRMAR QUE NOSSA REBELDIA INSTALADA NA REVOLTA DOS BÚZIOS NO FINAL DO SÉCULO XVIII, SE CONSTITUEM EM PONTO DE PARTIDA PARA O QUE OCORREU ENTRE 1822 E 1823 NO BRASIL.
NESTE CONTEXTO DE LUTAS E TRAIÇÕES NO PERÍODO INDEPENDENTISTA NA BAHIA, A PRESENÇA DA MULHER NEGRA ESTA SIMBOLIZADA NA FIGURA DE MARIA FELIPA DE OLIVEIRA, A QUAL NA ILHA DE ITAPARICA LIDEROU 4O MULHERES, EM UM ATO DE REBELDIA E DETERMINAÇÃO, QUE RESULTOU NA DESTRUIÇÃO DE 42 EMBARCAÇÕES DA ESQUADRA PORTUGUESA.
INDUBITAVELMENTE UMA HEROÍNA REPRESENTANDO NOSSO POVO NEGRO INSPIRADA PELOS IDEAIS DE LIBERDADE HERDADOS DE LIDERANÇAS E REBELIÕES ANTECESSORAS.
SALVADOR – BAHIA – 02 DE JULHO DE 2011
COORDENAÇÃO NACIONAL DE ENTIDADES NEGRAS - CONEN
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